Diante dos constantes escândalos políticos expostos na mídia, e de uma histórica sensação de impunidade que não parece estar próxima de seu fim, somos tentados a perder a esperança.

Em meio às crises econômica, política e moral que atravessamos, aos sofrimentos e injustiças denunciados pelo povo, às lutas em “nome da democracia” travadas com ataques constantes (por vezes violentos!) dos que se posicionam mais à direita ou mais a esquerda, a favor deste ou contra aquele, corremos o risco de nos tornar meros expectadores sem saber sequer discernir o nosso papel neste confuso cenário.

Diante de delações premiadas sem fim, da institucionalizada corrupção cada vez mais escancarada julgamo-nos impotentes.

De que “lado” devo estar? Que posição devo assumir? O que posso fazer? Há algo a ser feito?

“A expectativa que a humanidade alimenta, no meio de tantas injustiças e sofrimentos é a de uma nova civilização, caracterizada pela liberdade e pela paz. Contudo, para realizar este empreendimento, é necessária uma nova geração de construtores que, animados não pelo medo ou pela violência, mas pela urgência de um amor autêntico, saibam pôr uma pedra sobre a outra em ordem a edificar, na cidade dos homens, a cidade de Deus.

Estimados jovens, permiti-me confiar-vos a minha esperança: sois vós que deveis tornar-vos estes ‘construtores’. Vós sois os homens e as mulheres do futuro; o porvir está nos vossos corações e nas vossas mãos. É a vós que Deus confia a tarefa, difícil, mas exaltante, de colaborar com Ele em ordem a edificar a civilização do amor. ”

(São João Paulo II aos jovens, na Vigília de Oração da JMJ 2002, Toronto).

 

Não há dúvidas: nossa nação carece de novos líderes!

Há necessidade de líderes que sejam coerentes, que prezem pela verdade e justiça, que sejam capazes de colocar o bem comum acima de todos os interesses particulares.

Precisamos do surgimento de uma liderança que, apesar de toda corrupção do homem, siga firmemente acreditando no homem, valorizando e respeitando a dignidade de cada pessoa humana, independente do estado em que cada um se encontre!

É urgente que, em nosso tempo, se levantem jovens, homens e mulheres credíveis, que tenham a coragem de colocar a serviço dos demais os dons que receberam, trabalhando com afinco na construção de uma sociedade mais justa e fraterna e promovendo a comunhão e participação de todos!

Nossas crianças e nossos jovens têm necessidade do testemunho de famílias que sejam capazes de doarem-se pelo próximo, porque encontraram o sentido de suas vidas na vivência um amor concreto, que não se contém em si mesmo mas alcança os que precisam deste amor!

Todo homem é construtor da sociedade em que vive. E nesta hora de crise, em que o mal se volta contra si mesmo, é a hora de dar a nossa contribuição sem perder a esperança!!!

Já diziam os apóstolos que “nós não somos absolutamente de perder o ânimo para a nossa ruína”, pelo contrário, precisamos estar sempre “prontos a responder” com a nossa vida “a todos que nos perguntarem a razão da nossa esperança”!

Comportemo-nos, portanto, como autênticas testemunhas do Evangelho, semeando fé, esperança e caridade nos campos que hoje ocupamos: nas famílias e nas rodas de conversa, no mundo do trabalho e da cultura, no meio científico e acadêmico, nas estruturas de serviço público e na política, nas escolas e nos hospitais, nos ônibus e nas ruas.

Enfim, onde eu e você estivermos, porque amamos a nossa Pátria, precisarmos nos unir pelo Brasil – a Terra de Santa Cruz – e nos engajarmos em pequenas ou grandes iniciativas, trabalhando juntos na construção de uma nova humanidade: a civilização do amor, da justiça e da verdade!

Coragem! Levantemos a nossa pátria do seu abatimento!

Temos uma certeza: o Senhor estará conosco, todos os dias, até o fim dos tempos!

 

André Leal Amaral
Diocese de Campinas, membro do núcleo nacional do Ministério Jovem