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Obras de misericórdia, orientações para viver melhor o Ano Santo

11 fevereiro 2016
Papa Francisco abriu o ano da misericórdia no último dia 8 de dezembro.

Papa Francisco abriu o ano da misericórdia no último dia 8 de dezembro.

Estamos em um momento especial de incentivo à vivência da misericórdia, e para nós, jovens carismáticos, essa vivência é mais do que o mandato de um Papa. É uma parte do todo que o Espírito tem desejado realizar no nosso meio e para que vivamos a plenitude desse tempo precisamos compreender esse todo.

O Espírito Santo designou são João Paulo II para nos abrir os olhos com relação aos desafios da realidade em que estamos imersos, mas também para comunicar o Seu “projeto universal de vida” para humanidade, ao qual o papa chamou de “Civilização do Amor”. Assim, esclarecendo que o projeto só seria possível a partir da implantação da “Cultura de Pentecostes”, os jovens foram convidados a tomarem seus postos na construção dessa Civilização, assumindo o chamado de Sentinelas da Manhã.

Bento XVI, por sua vez, direcionou os jovens na compreensão das forças que seriam necessárias para cumprirmos nossa vocação: a força da adoração e intimidade com Jesus (XX JMJ, 2005), a força do Espírito Santo (XXIII JMJ, 2008) e a força da fé (XXIV JMJ, 2011).

Enfim, o Papa Francisco, considerando que já conhecemos o plano de Deus, que decidimos assumir o nosso chamado e que já sabemos com que forças lutar, envia-nos a todas as periferias da existência humana para executarmos nossa missão (JMJ 2013) e, por fim, para cada situação que iremos enfrentar, ele nos dá as armas específicas que vamos precisar: pobreza de espírito (JMJ 2014), pureza (JMJ 2015) e misericórdia (JMJ 2016).

Francisco deixa clara assim a ligação desse momento de chamado à misericórdia com todo o itinerário pelo qual o Espírito tem nos conduzido desde são João Paulo II, que aliás, além de Sentinelas da Manhã, por muitas vezes também nos chamou de “povo das bem-aventuranças”.

Bem-aventurados os misericordiosos

Em sua Mensagem para a JMJ-2016, o Papa Francisco descreve a misericórdia divina de várias formas:

  1. Comprometida: Ele é fiel à Aliança para sempre, ou seja, ama e perdoa o seu povo para sempre;
  2. Comparada ao amor de uma mãe para com o filho: um amor que acolhe o outro em si totalmente;
  3. É um amor fiel, gratuito e que sabe perdoar, comparável ao de um pai pelo seu filho.

Por fim, apresenta Jesus como sendo a própria misericórdia, que Se debruça sobre a miséria humana e demonstra a sua compaixão por quem precisa de compreensão, cura e perdão.

O papa ainda nos impacta falando que a alegria de Deus é perdoar! Ele nos conta sua história pessoal de encontro com a misericórdia divina através da confissão, convidando-nos a experimentá-la nós mesmos e buscá-la com humildade na Cruz. Que riqueza!

Com a motivação de que “a felicidade está mais em dar do que receber”, somos convidados a ações tão concretas de misericórdia para com os nossos irmãos, quanto a própria misericórdia de Deus por nós. Assim, Francisco nos pede que escolhamos uma obra de misericórdia corporal e outra espiritual em cada um dos sete primeiros meses de 2016, até a JMJ na Cracóvia. Mas como podemos colocá-las em prática? E como fazer isso de acordo com a nossa espiritualidade carismática?

João Paulo II nos disse que como Sentinelas da Manhã somos chamados a não nos conformarmos “com um mundo onde outros seres humanos morrem de fome, continuam analfabetos, não têm trabalho”. Defenderemos “a vida em todas as etapas da sua evolução terrena”, esforçar-nos-emos com todas as nossas forças “por tornar esta terra cada vez mais habitável para todos” (JMJ 2000, Roma). Mas, como Sentinelas que vivem a espiritualidade de Pentecostes, temos um diferencial: mais do que quaisquer outros jovens, somos chamados a sermos “evangelizadores com Espírito” (Evangelii Gaudium, 259ss), ou seja, Sentinelas “que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo”. Afinal, em “Pentecostes, o Espírito faz os Apóstolos saírem de si mesmos e transforma-os em anunciadores das maravilhas de Deus”, infundindo em nós “a força para anunciar a novidade do evangelho com ousadia (parresia), em voz alta e em todo tempo e lugar, mesmo contra-corrente” (JMJ 2013). “Jesus quer evangelizadores que anunciem a Boa Nova, não só com palavras mas sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus”, ou seja, com vida de homens e mulheres com o caráter forjado pelo Espírito Santo.

Se nos falta essa parresia e essa vida transfigurada, já sabemos que uma relação de progressiva intimidade e escuta ao Espírito é a resposta.

Vamos então, Sentinelas, com tudo o que temos e somos às obras de misericórdia.

Para te ajudar, preparamos um direcionamento sobre as obras de misericórdia, clique e baixe.

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Luciana Pereira Belúcio
Secretária do Núcleo Nacional do Ministério Jovem